Euzinha com a Neggata na gravação do Neggatapod que teve o apoio do estúdio Banca
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Não é raro escutarmos que nosso trabalho como produtora é caro. Alguns reconhecem o valor e dizem que entendem, mas ainda não estão preparados para um investimento. Outros soltam um "eu consegui por cem reais a hora". Explico que por este valor nem conseguimos abrir o estúdio. Ainda há os que dizem: "por este valor, eu monto o meu estúdio". Ok, vai firme e boa sorte.
Fomos o primeiro estúdio de podcast de São Paulo, especializado em podcast (ainda não estava na moda o videocast), assumimos também o audiovisual, com a produção de videocasts, webcasts, mesacasts.
E cada nova frente que assumimos, mais investimento. Temos excelentes equipamentos, mas o que tenho de melhor não são máquinas, é a minha equipe, são as pessoas, que eu valorizo muito. E é isso que faz a diferença no nosso trabalho. O estúdio Banca Podcast não é só um espaço que você chega, senta, grava e vai embora. Não. Nós nos envolvemos com cada projeto, abraçamos, vamos juntos, orientamos, fazemos tudo para entregar mais do que um produto, um serviço, entregamos uma vivência, uma experiência.
Trabalhamos com uma remuneração justa, por job. Temos uma equipe envolvida e empenhada, além de muito competente. Não aceito, como empresária há quase 10 anos, explorar ninguém, meu modo de remuneração é horizontal.
Atendemos mais clientes empresariais, e projetos especiais de pessoas físicas. Na parte de captação de áudio e vídeo, ampliamos um pouco mais o leque e atendemos também pessoas físicas. Mas com o mesmo cuidado e carinho que atendemos pessoas jurídicas. Apoiamos projetos iniciais com valores especiais e damos suporte, caso seja necessário e viável, na captação de recursos. Nãp fazemos parcerias (trabalho de graça) em troca de divulgação. Mas conseguimos estudar modelos que façam sentido para os dois lados.
Como uma early adopter, acabo pensando em projetos inovadores, como o estúdio, criado em final de 2019; os podcats de saúde, que eram novidade em 2018, e que acabam virando tendência depois de um tempo.
Vejo com alegria o surgimento de novos estúdios, novos espaços, cada qual com sua característica, com seu público.
O que me incomoda são aqueles que vêm para matar o mercado, cobrando valores irrisórios que falam muito sobre a gestão daquele espaço.
Aqueles que valorizam as máquinas, os equipamentos, mas não valorizam o capital humano. Porque não há como cobrar 100 pilas pagando um valor justo para a equipe.
Você tem todo direito de achar meu trabalho caro, podemos até conversar sobre isso, chegar em um acordo, conversar sobre possibilidades, com respeito, sempre.
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Texto: Luciana Oncken
Foto: Leandro de Godoi
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